O cristianismo-feliz,
ou cristofelicianismo, é uma religião da Nova Era, derivada do
antigo e ultrapassado cristianismo, e caracterizada por sua interpretação literal
do texto bíblico, com ênfase nos aspectos homofóbicos,
xenofóbicos, sexistas e racistas que eventualmente aparecem nesse
livro.
O Culto
As principais
características do seu culto são templos lotados com multidões em
incontrolável transe autoinduzido, expulsões (no grito) de todos os
demônios, diabos, pragas, exus, entidades, “caboclos”, santos e
quaisquer outras divindades não pertencentes ao panteão
cristão-feliciano, e a prospecção in loco
de eventuais financiadores para a obra de Deus (divindade que
tentaremos descrever mais adiante). Para as pregações no
púlpito é necessário árduo treinamento do pregador, que deverá
adquirir uma voz possante e ensurdecedora, com a qual exortará a
plateia a abrir suas carteiras e entregar parte de suas economias. A
voz possante do pregador também se faz necessária nos momentos de
alegria e êxtase, quando é anunciada a morte de algum inimigo de
Deus pelas suas próprias mãos, e quando são recordadas as
verdades-felicianas.
O deus da religião
cristã-feliciana
O deus da religião
cristã-feliciana possui características deveras peculiares,
todavia, fomos persuadidos a não descrevê-las nesse blogue, por
medo de que algum mal entendido provocasse uma represália de seus seguidores mais ortodoxos,
ou até do seu próprio deus, que costuma ser cruel e impiedoso. Mas, em resumo, é aquele deus vingativo do Antigo Testamento, mas que, de vez em quando, fica inexplicavelmente compassivo e bondoso.
A origem do nome
O nome cristofelicianismo deriva da antiga expressão “Cristo é
feliz!”, supostamente bradada pelos primeiros fiéis como resposta
à exortação de cada uma das sete verdades-felicianas.
Cristão-feliciano (ou, às vezes, cristão-feliz) é como costuma-se
chamar o seguidor do cristofelicianismo.
As sete verdades da
religião cristã-feliciana
1- Deus amaldiçoou o
povo africano
2- Deus criou a mulher
para servir ao homem
3- Deus abomina os
homossexuais
4- Deus matou John
Lennon
5- Deus matou os
Mamonas Assassinas
6- Deus afundou o
Titanic
7- Deus é amor
O Cristofelicianismo
veio a público depois que seu maior representante conseguiu o cargo
de presidente da CDHM - Comissão de Direitos Humanos e Minorias. O
movimento tomou notoriedade depois que alguns humanos pertencentes a
grupos minoritários entenderam que a entrega da presidência da CDHM
a um cristão-feliz representaria uma ameaça a futuros avanços na
área. Entretanto, a eleição da presidência deu-se sem nenhuma
ilegalidade (apesar do contrassenso), o que evidencia a forte
influência da nova religião, não só no meio político, mas em
todas as esferas da sociedade.
[PAUSA PARA O CAFÉ...]
...
[PAUSA PARA O CAFÉ...]
...
Agora falando
sério
Não se trata de
denegrir religião ou religiosidade alguma, mas de observar os
limites. Não os limites impostos ou não por leis ou pela
Constituição (na qual alguns bolsonaros da vida buscam
equivocadamente um delirante “direito ao preconceito”), mas os
limites do bom senso. “Africanos estão fodidos porque não
aceitaram a Deus.”, “A Aids é culpa dos homossexuais”, etc. Em
pleno século XXI há pessoas que se satisfazem com essas respostas
tão inocentes e simplistas para problemas nada inocentes e nada
simples! É claro que é um direito de qualquer um aceitar ou não qualquer explicação para qualquer coisa, mas não é direito de ninguém usar (ou abusar) de seu justo direito à fé para incitar ódio e violência a pessoas ou grupos de pessoas. Veja isso: em pleno século XXI (ou talvez, quem sabe, por
causa do sec. XXI) há pessoas
que sentem prazer em imaginar que um assassinato poderia ser
justificado por uma causa divina.
Fico
imaginando quanto tempo falta para as pessoas se sentirem à vontade
para sair à rua dando tiros em mim ou em você, não por causa de um
tênis ou cinco reais - mas em nome de uma divindade.
Observe
a fala do pastor (fazendo de conta que fala com o cadáver): “esse
foi em nome do Pai, esse em nome do Filho e, esse, em nome do
Espírito Santo”. Percebeu o prazer no seu rosto e na sua fala
enquanto ele se imaginava na presença de uma pessoa alvejada por
três tiros? Percebeu o gozo da plateia? Se isso não é incitação
ao ódio e à violência, então podem me internar. Por isso, sem
rodeios: se essa aí é a “trindade” (ou como quer que a chamem)
eu quero mais é que o cu dela pegue fogo! (o cu DELA, não o meu,
nem o seu, nem o de ninguém) E que ela, se quiser me dar três tiros, não seja
covarde em mandar um mensageiro, mas que o faça
pessoalmente!
Divirta-se (ou não) com mais pérolas do cristofelicianismo
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