segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Entre zeros e uns


Não é novidade que a tecnologia superou a pretensiosa missão de suprir necessidades para passar a criá-las. Computadores poderosos, câmeras digitais, TV digital, televisor de plasma (com a maravilhosa tecnologia capaz de achatar as imagens), cinema digital, música digital (com a incrível função que impede o ouvinte de diferenciar a voz humana de um violino), enfim, tudo digital. Temos relacionamentos digitais, virtuais. Com eles aprendemos a ter medo de olhar nos olhos de uma pessoa de “carne e osso”. Desaprendemos a falar e a conversar. Viver é simplesmente consumir.

Consumimos para suprir necessidades irreais, inventadas. Produzimos e consumimos lixo tecnológico. Vamos de carro à academia para andar numa esteira elétrica. Mandamos “torpedos” de feliz aniversário para o amigo do apartamento ao lado. Trocamos nosso telefone por um melhor (?) a cada ano. Trocamos nosso MP3 pelo MP4, 5, 6, 10. Pagamos para estacionar o carro numa via pública. Acreditamos que fazemos escolhas e que somos livres. No entanto, passamos a vida insatisfeitos.

Conseguimos rir da mulher embriagada que gritou “devolve o meu chip”. Reality Shows (que não têm nada de 'reais') massificam pensamentos e comportamentos. Mas somos livres, somos habitantes de um mundo onde zeros e uns produzem um ilusionismo comercial disfarçado de ovelhinha. Compramos aparelhos de ginástica tão criativos quanto inúteis, roupas que encolhem a barriga, seios postiços, detectores de mentira, caneta espiã, turismo espacial, fuscas, ferraris, fantasias sexuais, dentes brancos e perfeitos, perfumes, pomadas para tudo. Oh, o homem progride! Estamos indo em direção ao super-homem nietzchiano e não me avisaram! A realidade é mesmo uma ficção? Pergunta um desatento.

De qualquer maneira, essa minha descrição do mundo é equivocada e enfadonha. Percebi isso ao receber a notícia de que Tessalia e Michel, do BBB 10, fizeram sexo debaixo do edredon. Clique em qualquer lugar e assista ao vídeo. Vale a pena, pois deve ser a primeira vez na história da humanidade que pessoas praticam o coito debaixo de um cobertor. Aproveite sua liberdade e direito de alienar-se. E bom divertimento!